Como tradição, a MTV renova a cada ano seu pacote videográfico, algumas vezes sem apresentar algum mudança conceitual e estratégica da programação que justificasse tal medida. No entanto, o seu 21º ano foi marcado pelo grande retorno da música e dos videoclipes dentro da sua programação, justificando diretamente os caminhos tomados por sua nova identidade audiovisual.
A iniciativa de dar a comédia e aos reality shows o lugar que era da música foi baseada em um crença bastante coerente de que o canal havia se tornando uma referência jovem muito mais ampla que ultrapassava a própria questão musical. Apesar disso, o abandono da característica musical causou inúmeras críticas e um desfalque na audiência.
Portanto, no inuito de alcançar uma maior audiência, resgatando inclusive uma faixa etária maior, alcançando os saudosistas que assistiam a MTV pela música, o canal volta com uma programação cheia de atrações do gênero, voltados a vários nichos, tais como o Big Audio, Extrato, MTV na Brasa, Goo e o inusitado “Não tem Clipe, Mas é Legal”, um programa que simplesmente toca música sem clipes.
A identidade acompanha, por sua vez, esse novo direcionamento em linguagem bastante convulsiva, que remonta a estética dos primórdios do canal. A marca gráfica é apresentada nas mais diversas cores, texturas, posições e formatos juntamente com os mais diversas imagens, muitos delas relacionadas ao cenário do psicodelismo e da cultura rock. As composições mergulham no nonsense e no collage,acompanhada de um ritmo alucinante, regido pela acelerada batida do rock n’ roll.
Todos esses gráficos criados pelo estúdio Cinema Rock certamente não causaram uma predileção total da audiência. Afinal, eles fogem das convenções formais, alude aos caos e a subversão e, por essa razão, não conseguem uma fácil assimilação. Mas é nessa bagunça harmônica de formas e cores que estão as origens da identidade da MTV, aos quais o canal tenta resgatar.
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